São Paulo, abril de 2012.
Prezado Vinícius de Moraes,
Poetinha, com todo respeito,como anda você?
Foi-se sua vida, Vinícius, mas o seu legado está e estará sempre aqui.
Quantas parcerias...quanto nos encantou com seus versos...quanto nos fez sonhar e chorar. Com certeza, muitas de nós, mulheres maduras de hoje, gostaríamos de ter sido suas musas inspiradoras.
Embora gostasse de todas as suas músicas uma me é especial. Não sei dizer o porquê. Desconfio que seja pela mania de idealizar um provável amor.
Creio que já adivinhou...É essa mesmo! “Se todos fossem iguais a você”.
Quando se ama, as qualidades saltam aos olhos e os defeitos...bem, os defeitos, embora saibamos que eles existam e ainda por cima os conheçamos, nós os contornamos, toleramos e renunciamos.
Pensando bem, não estou escrevendo nenhuma novidade... Tudo isso está presente nas letras das suas músicas ou em seus poemas. Você dá até uma receita do que é preciso para viver um grande amor. Fala de insensatez, de fidelidade, de separação e afirma que a tristeza não tem fim, mas a felicidade sim.
Tanta coisa boa e bonita que dá até para tolerar algumas colocações machistas ou porco chauvinistas , como se dizia nos tempos que você estava por essas paragens. Com a onda do politicamente correto, hoje em dia, alguns de seus escritos seriam execrados, pode ter certeza.
Voltando à minha preferida, gosto porque me faz lembrar daqueles olhos azuis que um dia olharam os meus. Pena que o dono dos olhos nunca me disse “eu sei que vou te amar”. Então foi um amor sozinho, como um jardim sem flor.
Enfim, Vinícius, o tempo passou, outros amores vieram e se foram. Mas suas músicas ficaram como pano de fundo para eles. E quem garante que outros ainda não virão? Se acontecer, prometo lhe escrever contando qual das suas músicas me acompanhará .
Recomendações para a turma que está aí com você.
Um grande abraço desta sua admiradora.
M.Inês
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Tags: canções, escrevivendo, escrita, leitura, oficina
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