Projeto Escrevivendo

Penso que vale a pena, ver uma moça negra
soltar as madeixas do jeito que é, do jeito que está!
Com cachos, sem cachos, pra cima, pra baixo
curtinho ou longo, Sem padronizar.

Vejo meninas tão belas, não sabem que é delas 
característica particular.
Dizem: -"Tá um fuá, nada comportado, melhor amarrar!"
Que gente tão doida, dizem que é duro,
e eu acho tão mole, chega a amassar.
E outros desavisados dizem: "É cabelo ruim!", mas que engraçado
que caráter de cabelo, ainda não tinha visto classificar..

Ruim são pessoas, duras são palavras, que se faz popular.
Descolonizar conceitos, nos deixa sem jeito mas é preciso falar.
Muito já ouvimos e ainda insistem em nos fazer pensar
Que há algo de errado, no nariz achatado, 
nos ombros mais largos e no jeito de gingar.

Nossos instrumentos tiraram das igrejas, 
jogaram numa caixa preta, a marginalizar
"Que coisa de preto", que isso!?, que feio, veio denegrir..."
Expressões bem malvadas, nos jogam na cara e pede pra engolir.

Mas hoje fiquei feliz , por ver mais uma moça tomar o espaço
com seu cabelo, que pega a visão, que chama a atenção.
Puxando olhares de canto. Fluindo encanto, por ser quem é!

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