Uma escrevivente afastada de oficinas, mas que guarda no coração o amor e o saber pela escrita.
Texto do meu blog
http://olhardasofia.blogspot.com, visitem.
[Ao som de um certo Baleiro>>> "Uma andorinha baleada na asa, uma matadora de aluguel assassinando a própria fome (velha fome de existência que seja mais que existir), cacos velhos..."]
INVOCAÇÃO: Parta ideia fixa, pra bem longe daqui, de mim, das minhas conexões e entranhas, entupindo minha carótida . Guardei-te hoje numa caixa sonho mau, e não quero vê-lo até que a coragem de dominá-lo por completo possa surgir novamente, até que eu possa reconduzi-lo às minhas rédeas.
Sinto gosto amargo de raiva por andar tanto pra não chegar a lugar nenhum. Aliás, chegar aqui, um lugar sem placa que me indique onde estou, cheio de novas entradas, caminhos e labirintos. Não tenho mapa. A vida não tem mapa algum, sequer um manual de instruções.
[Ao som de um rock, 'Legio Urban Omnia Vincit' >>> "Andando nas ruas, pensei que pudia ouvir, alguém me chamando, dizendo o meu nome.Já estou cheia de me sentir vazia, meu corpo é quente e estou sentindo frio"]
Passei tanto tempo agarrada à fragmentos, segurando firme um monte deles entre os meus braços, com medo de soltá-los, derrubá-los no chão. Cada caquinho que aprendia, apreendia comigo, entre os meus braços... Fui com eles ao vestibular, duas vezes fui com eles, pra mostrar que tinha muito caquinho à oferecer, querendo provar que só o meu trabalho de juntá-los já valia uma vaga.
Pois é, meus caquinhos, de tanto estarem em meus braços, por tanto tempo, se molharam com a chuva que chega para lavar o que está sujo, para renovar o que precisa de energia. Água que molhou, fez todos escorrerem. O mundo vai acabar em água. Água amolece pra que as coisas possam ser remodeladas, unidas. Talves esse aguaçeiro una, enfim, o que nunca fiz - unir meus cacos, meus "frag-nhecimentos." Foi tudo como castelo de cartas que desmoronou com essa chuva.
"Tudo o que sei é que nada sei" - Sócrates sempre tem razão. Hoje só o que preciso é não saber o que vou ser. Preciso é desembaraçar o espelho e ver quem sou agora. Preciso libertar poemas presos, chorar milágrimas, e depois, bem depois, recomeçar meu caminho.