Projeto Escrevivendo

 

 

Que maravilha, lá pelos anos setenta do século passado, ter em mãos aquelas caixinhas de plástico. Poder carregá-las para onde quer que fosse, sabendo que lá dentro estavam algumas de nossas músicas preferidas. Bolachões de vinil? Coisas do passado! Era a vez das fitas cassetes, precursoras de tantas novidades que temos hoje em dia.

 

Tive uma porção delas. Fazia uso, inclusive, para meu trabalho em sala de aula. Havia uma, pela qual eu tinha um carinho especial.  Era a do Milton Nascimento, na qual ele e o grupo Boca Livre cantavam “Canção da América”, música de sua autoria e Fernando Brant.

 

Essa música, ainda hoje, é muito executada quando o tema da amizade precisa ser ilustrado. Por esse mesmo motivo, eu a escolhi para ser cantada, encerrando uma cerimônia de colação de grau.

 

Era a conclusão do Ensino de Primeiro Grau de uma turma muito especial. Muitos deles, eu os acompanhava desde a quinta série. Os ensaios eram feitos com a ajuda de um gravador e a fita cassete: “... o que importa é ouvir a voz que vem do coração...”.

 

No dia da formatura, com as emoções potencializadas, o efeito dessa canção foi o que se espera num momento de despedida: muitas lágrimas! Lágrimas que, pouco tempo depois, essa mesma turma e eu derramamos por uma das meninas que, em virtude de doença, veio a falecer. Tinha apenas 15 anos e era das mais alegres no dia da formatura.

 

Na missa de sétimo dia, cantamos de novo “Canção da América”.

 

Tenho a caixinha até hoje...

 

 

Maria Inês Zocchio , 9 de março de 2012

 

                                                                        

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Tags: canções, escrevivendo, escrita, leitura, oficina

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