Projeto Escrevivendo

DO RÁDIO À CIBERNÉTICA! Por Lucília Cherbak

 

Na minha infância o rádio era o melhor meio de comunicação, mas poucas residências possuíam esse bem.  Além do rádio, a Revista Seleções Reader’s Digest e o Jornal das Moças.

Todas as madrugadas de sábado para domingo havia serenata embaixo da janela do quarto onde dormíamos eu e a minha irmã, dez anos mais velha. O meu cunhado, que hoje já está no andar de cima, tocava saxofone e, com ele, um colega cantava as músicas mais românticas da época. Uma dizia assim: “Meiga flor que do teu meigo olhar nasceu, um lacrimário de dor, porque meu coração de prazer reviveu”. Numa outra madrugada: “Boa noite, amor, meu grande amor, contigo sonharei. Na carícia do beijo, que ficou no desejo, boa noite, meu grande amor”. Tinha outra, muito dramática: “Aço frio de um punhal foi teu adeus pra mim, não crendo na verdade, implorei, pedi”. Assim, a cada madrugada, uma canção mais linda que a outra... Linda recordação!

Com a outra irmã, que também já partiu para o andar superior, nos divertíamos na hora dançante, das 18 às 21h, onde ouvíamos deliciosamente as canções dos filmes de maior sucesso da época, como, por exemplo: “Nunca houve uma mulher como Gilda”, não me lembro da música...  Mas de Luiz Gonzaga me lembro bem: “Ela só quer, só pensa em namorar...”

Eu estudava, era ginasiana, e me divertia ouvindo as músicas no rádio. O que mais se ouvia era o Nelson Gonçalves cantando: “Vestida de azul e branco, trazendo um sorriso franco...”. O uniforme era saia azul marinho pregueada, blusa branca com gola de marinheiro, sapato preto e meia branca, um luxo!

E no parquinho de diversões, que de vez em quando visitava a cidade, ouvia-se do alto-falante a toda altura: “Um forasteiro oferece a Canção ‘Rosa’ para a senhorita de vestido vermelho que está na barraquinha de jogos”, e seguia a música: “Tu és divina e graciosa, estátua majestosa...”.

Na matiné dançante, aos domingos à tarde, ouvíamos Ray Conniff... “Besame, besame mucho...”, sucesso total!

Tenho ainda uma irmã mais nova, que já tem netos, e a música da sua juventude era “O Estúpido Cupido”... “Oh cupido, vê se me deixa em paz, meu coração que já não pode amar...” com Cely Campelo cantando.

Eu, como novamente voltei à adolescência, estou aprendendo a usar o computador, a escrever versos com os meus colegas, que eu adoro... E a minha canção predileta, hoje, é “Delícia, Delícia, assim você me mata...” do Michel Teló.

A vida é assim, uma delícia!

                                                                                                         

 

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Tags: canções, escite, escrevivendo, leitura, oficina

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