passaram-se os anos e ainda gosto de você. não com a mesma intensidade de antes, com aquele encantamento do início, mas gosto. talvez a sua (nossa) ausência tenha contribuído para que tudo fosse mais mágico. a distância fazia com que nosso desejo aumentasse, ficasse urgente, rápido. afinal, para nós não existia o amanhã. isso confunde o coração. teve uma época que eu achei que era amor. assumo que foi difícil caminhar amando você. tão distante de mim. e tão diferente de mim. houve momentos em que eu achei que não podia viver sem seus beijos e abraços. houve momentos em que eu encontrei a mim mesma justamente só ali - em seus braços. e te beijando. mas passou. passou porque a distância - sim, essa mesma distância que te fazia tão apaixonante aos meus olhos - te fez também um sonho repleto somente de ilusões. era gostoso fechar os olhos e pensar em você antes de dormir. imaginava diálogos, inventava frases, e entre uma e outra - um suspiro. mas era só isso. e eu merecia mais. merecia a proximidade. merecia sentir seu calor mais vezes. muitas vezes. repetidas vezes. merecia em nome do suposto amor que sentia por você. como resposta sua tive o silêncio. e a sua não- vontade de que as coisas fossem diferentes. aí que comecei a não suportar mais. e aí que o sentimento que era prá você, só prá você, começou a se transformar. e agora é esse algo morno dentro de mim. sim, gosto de você. mas é um gostar indiferente. gosto porque sinto que gosto de você bem antes de te conhecer. e me acostumei com isso. é um gostar que não machuca mais. ainda bem.
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