Que lugar, Meu Deus!?
Quando desci na rodoviária e olhei em volta, tomei um susto. Parecia que o tempo havia parado e eu vinha de outra dimensão. O tempo estava nublado e as pessoas do lugar eram apáticas e caladas. Ao sair de lá para a pousada já estava arrependida do passeio.
Encontrei muitas pessoas diferentes, que não combinavam com o local; porém qual não foi a minha surpresa ao constatar que também vieram de fora como eu. Os donos da pousada eram de Santo André e estavam desanimados e cansados das pessoas.
As igrejas eram lindas e as esculturas do Aleijadinho também. A cidade tem muitos objetos feitos de pedra sabão, confeccionados em pequenas fábricas que servem de sustento para as famílias. Por ser um local turístico não há muito trabalho e me pareceu também que não havia muita vontade.
As manhãs eram frescas com uma agradável brisa e as tardes muito quentes. Certo dia da semana havia uma feira livre onde frutas e moscas disputavam espaço e ninguém parecia se importar com o fato.As noites só não foram monótonas porque saíamos para jantar com os outros hospedes, e digo-lhes que os pratos eram muito bons e fartos. Adorei uma pizza com tudo e um pouco mais que veio na pedra.
Havia duas alemãs muito desconfiadas no quarto, quase não conversavam conosco, apesar de falarem português fluentemente. Uma tarde ao voltar de um dos passeios, um talão de cheques estava sobre a minha cama; ao verificar de quem era fui devolvê-lo a uma delas. Ela ficou espantada e muito agradecida, disse-me que a referencia que tinha dos brasileiros era ruim; a partir desse dia, conversamos normalmente.
Aconteceu um fato muito interessante em uma loja de "lembrancinhas": esqueci minha carteira com dinheiro e documentos sobre o balcão e fui embora. A vendedora correu atrás de mim e a devolveu. Isso foi “o máximo” nessa viagem.
As lojas de pedras semi preciosas tinham muito pó e as vitrines pareciam muito antigas. Porém, o Museu de Mineralogia é muito lindo e realmente mostra a riqueza natural de nosso país.
As duas alemãs, minha irmã e eu também fomos visitar a mina do Chico Rei, que pertenceu a um escravo. Ele roubava ouro de seus Senhores e o colocava no cabelo, assim conseguiu juntar dinheiro e comprar sua própria mina.
As casas têm portas e janelas muito grandes e pesadas, as senzalas são tristes e têm grades por toda parte, o que não é muito diferente das casas de hoje.
A Rua da Escadinha é uma enorme escada, quase morri pra chegar no topo e visitar uma das igrejas da cidade, a Matriz do Pilar. Valeu a pena!
Enfim, cada lugar é um mundo e, neste, eu não voltaria de jeito nenhum.
Rosa Maria M. Abad
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Poxa que viagem, hein, Rosa? No seu texto percebi que embora fosse um lugar turístico, com pontos interessantes a serem visitados, não foi nenhum pouco hospitaleiro e divertido. Pelo menos rendeu um bom texto, não é?
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