O sonho pode permear o estar acordado através de devaneios, situações surreais, virtualidades ou alucinações. Do mesmo modo, situações cotidianas podem se inscrever nos sonhos de forma, por vezes, fantásticas ou dramáticas, como os pesadelos, por exemplo. Essa interação do sonhar/estar acordado representa a tentativa de materialização do longínquo no perto e da desmaterialização de algo próximo no mais distante.
No dia-a-dia, após acordar, em meio aos afazeres, é possivel percebemo-nos em devaneio. Mesmo concentrados, há momentos que a imaginação toma parte de nossa consciência e vagamos pelo imponderável do sonho.
Este mesmo imponderável pode ser verificado em situações disparatadas que beiram ao surrealismo, que não nos parecem da ordem do real, do estar consciente, mas que podem ser um possível registro real.
Já, se tormarmos emprestado do dicionário a definição de virtualidade como algo que existe em potencialidade e não em ação, ainda assim estaremos, de certa forma, no mundo onírico. A virtualidade representraria uma análogo de alguma possibilidade, mas que não se concretiza em termos tangíveis.
Também, a alucinação contém elementos que contem vivacidade. Porém, não é benéfica ao ser humano; o aterroriza e faz sofrer. Observar e, por vezes, ser observado, sem que isso tenha uma origem causal perceptível, subtrai do ser vivente a capacidade de distinguir os elementos conscientes dos não conscientes. Uma pessoa que vê vultos ou imagens integrais pode sentir-se num grau de extrema temeridade.
Em contrapartida, sonhos bons apresentam elementos prazerosos, de contentatação, agradáveis, fantasiosos ou, ainda, previsões de desejos passíveis de serem concretizados.
Os pesadelos, por sua vez, denotam medos, sofrimentos, contrariedades, situações desconfortáveis; deixando atônitos os que sonham e são, da vida, nigthmare.
Bons ou maus, o estar acordado sonhando ou sonhando, propriamente dito, registram, em parte, o que somos ou como nos situamos diante da vida.
Tanto o sonhar como a vida real fogem de um controle absoluto. Existem desejos, fruições, frustrações, fantasias e pavores. Estados emocionais que, de tão diversos, fazem com que partamos da perplexidade, diante das gradações do sonhar, à complexidade do viver.
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